Moradores apontam falhas em residencial recém-inaugurado em Pederneiras

Alguns moradores de residencial inaugurado em Pederneiras em setembro do ano ado estão enfrentando problemas que vão desde o alagamento das casas até mau cheiro e falhas na estrutura dos imóveis.

Segundo as famílias, inundações foram minimizadas com a instalação de bocas de lobo, mas as obras deixaram uma rua repleta de buracos. Quando chove forte, a água e a lama que descem do empreendimento atingem uma rodovia. Por várias vezes, o trânsito chegou a ser interrompido.

As 163 moradias do Conjunto Residencial Freitas foram construídas pela Ecovita Construtora, que mantém uma equipe de apoio no local para atender os moradores. As chaves das casas foram entregues às famílias no dia 25 de setembro de 2015. Desde então, segundo alguns compradores, os problemas têm se tornado frequentes.

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(Foto: Samantha Ciuffa)

Uma moradora de 28 anos, que pediu para não ter o nome divulgado, conta que o seu imóvel apresentou rachaduras em várias paredes e vazamento no telhado. Ela diz que os problemas foram solucionados pela construtora, mas reclama da pintura feita após as intervenções. “Se eu soubesse, nem tinha mexido na rachadura”, afirma.

“Eles vieram e aram a mão de tinta só onde estava a rachadura. Ficou aquela cor esquisita. Fica um pedaço de uma cor, outro pedaço de outra cor.  E a gente não tem condições de pintar a casa inteira agora”. A mulher também narra que, ao construir um muro, estranhou a quantidade de água no solo. “A gente está com medo”, diz.

Outro morador, de 40 anos, que também prefere não ter nome revelado, explica que a questão da inundação de algumas moradias foi minimizada com construção de bocas de lobo. “Mas acabou a galeria e eles sumiram. A rua está em péssimo estado”, declara. “Quando chove, fica só barro. Com tempo seco, é só poeira”, reclama.

Mais problemas
Uma reportagem apurou que, quando chove forte, piscinão do empreendimento transborda e a água atinge a rodovia César Augusto Sgavioli (SP-261), impedindo trânsito de veículos. Moradores próximos ao piscinão também reclamam de mau cheiro, principalmente no calor.

Em nota, a Ecovita Construtora negou falhas estruturais nas unidades do Residencial Freitas e disse que problemas nos telhados foram quase todos causados por telhas quebradas durante ampliação ou instalação de antenas.“O piscinão foi construído de acordo com todas as normas técnicas vigentes e não recebe água de esgoto, apenas águas de chuva”, diz.

À disposição

A construtora informou ainda que, desde a entrega do residencial, que se enquadra na faixa II do Programa Minha Casa Minha Vida, se colocou à disposição dos moradores para resolver todos os problemas surgidos. “A água da chuva que desce do loteamento próximo ao residencial, mesmo não sendo um problema da construtora, foi por ela resolvido, levando-se a galeria de águas pluviais às quadras do referido loteamento vizinho”, explica.

Prefeitura de Pederneiras planeja fazer vistoria

Em nota, a Prefeitura de Pederneiras informou que o empreendimento foi aprovado conforme a legislação vigente, que o mau cheio deve ser verificado junto à concessionária local e que eventuais falhas estruturais nas casas devem ser sanadas pela construtora. “Vale lembrar também que aram pelo controle e fiscalização do agente financiador”, ressalta.

Com relação aos problemas de drenagem, o município diz que a obra foi executada conforme projeto aprovado. “Porém, quando o loteamento entrou em uso e foram detectados os problemas, a prefeitura notificou a construtora responsável para que apurasse as causas, inclusive solicitando um parecer do projetista”, explica.

“Como resposta, a mesma se comprometeu em executar novos pontos de captação (bocas de lobo), os quais foram executados”. Segundo o Executivo, a empresa precisa finalizar a questão do pavimento, com reparos na capa asfáltica, o que deve ocorrer quando a chuva der trégua.

“A prefeitura está se mobilizando para realizar vistoria conjunta no local, envolvendo a prefeitura (secretários de obras, operações urbanas e desenvolvimento urbano), construtora e Sabesp, para, em conjunto, firmar através de ata um compromisso de empenho conjunto na execução dos reparos e melhorias”, anuncia.

Também por meio de nota, a Caixa Econômica Federal, que aprovou a obra, esclareceu que, neste caso, atua apenas como agente financeiro, não tendo as responsabilidades de construtor, vendedor ou incorporador.

“Em atenção aos clientes que realizaram financiamento com o banco, a Caixa sempre buscou auxiliar os mutuários na solução dos imes junto à construtora. A Caixa ressalta que acionará a construtora para verificação do caso apontado pela reportagem”, afirma.

Reclamações, sugestões ou denúncias podem ser feitas pelo telefone 0800.721.6268, mantido pelo Programa Caixa de Olho na Qualidade para atender beneficiários do Minha Casa Minha Vida.

(Via Lilian Grasiela, do Jornal da Cidade de Bauru)

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